Há diversos mitos e verdades sobre alimentação, e especialmente quando o assunto é “ovo”, muitas pessoas serão a favor, mas muitas outras pessoas ainda têm muitas dúvidas e inseguranças. É bastante freqüente a pergunta no consultório: “Afinal, quantos ovos posso comer por dia?” Mas, hoje eu quero deixar as pessoas felizes com a notícia: O ovo está absolvido! É tanto medo de comer ovos que as pessoas precisam ouvir repetidamente: pode comer!
Atualmente, o ovo é considerado pelos maiores especialistas como o segundo melhor alimento do mundo. Tudo o que é necessário para que haja uma vida, está contido no ovo. Só perde para o leite materno, que se encontra em primeiro lugar.
O ovo é muito nutritivo. Ele é composto por: ácidos graxos saturados e insaturados, 20 aminoácidos, 14 minerais, 12 vitaminas, carotenóides. Merece destaque: vitamina B12, folato, vitaminas A, D, E, K.  Aminoácidos/Proteínas (20% das proteínas que necessitamos diariamente é proporcionada por 1 ovo), fosfatidilcolina (também chamada de Lecitina) e os carotenóides luteína/zeaxantina.
Estas últimas duas substâncias, em nosso corpo, diminuem a incidência de doença cardiovascular, diminuem a degeneração macular nos olhos (relacionada com a idade), previnem catarata e de retinose pigmentar. Ou seja, melhora a visão e previne doenças oftálmicas degenerativas.
Além disso, um estudo publicado em 2008 pela Nutrition and Metabolism, evidenciou e comprovou que o ovo tem os seguintes benefícios: ação anti-inflamatória (sendo capaz de diminuir a Proteína C Reativa), emagrecimento (como efeito indireto, pois o ovo aumenta o hormônio mais abundante do corpo, adiponectina- responsável pela queima de gordura), aumento do HDL (o colesterol chamado de “bom”), diminui os níveis de insulina (prevenindo diabetes, além de conferir melhor qualidade de vida às pessoas que o ingerem).
Visto todos esses benefícios de consumir ovo, podemos acrescentar ele no nosso dia a dia sem preocupações, só precisamos cuidar a procedência. O ideal seria comprar o ovo “caipira” ou orgânico que chega a ter de 10 a 20 vezes mais ômega 3 do que o não orgânico.
Podemos consumir os ovos de variadas maneiras. Ele é muito versátil. Podemos consumir ele no café da manhã como uma boa fonte de proteína para iniciarmos o dia, no almoço, no lanche da tarde ou no jantar. Ele pode ser cozido, frito, assado, mexido (com vários ingredientes para dar sabores diversificados), omelete, pochê, entre outros. Apenas o ovo cru não é uma boa ideia de consumo, devido ao problema da salmonelose, uma infecção que pode se instalar através de micro rachaduras na casca (veja algumas receitas diferentes AQUI). Caso você não goste do cheiro ou do gosto “forte” de ovo, que costuma vir da membrana da gema, é só retirá-la, como nesse vídeoAQUI.
Outra coisa importante: busque guardar seus ovos dentro da geladeira e não naquele local da porta, que é de fato o pior local para se guardar, por causa da probabilidade de provocar rachaduras no abre e fecha da porta.
Por último, saiba que o ovo deve ser ingerido completo, não devemos comer só uma parte ou outra, isto não existe e não faz o menor sentido! Não deixe de comer a gema, é nela que estão muitos nutrientes valiosos, como colina, superimportante para o aumento de massa muscular e para a cognição.
Vou disponibilizar a vocês a porcentagem de absorção de aminoácidos (proteínas) de cada alimento para que vejam que o ovo é, além de tudo, uma fonte proteica melhor do que qualquer outra possível a nós:
– Leite Materno – 49% de absorção

– Ovo (clara+gema) – 48%

– Carne, peixe e frango – 32%

– Fórmulas de aminoácidos – as melhores não chegam a 30%

– Soja – 17%

– Produtos láteos – 16%

– Clara de ovo – 17%

– Espirulina – 6%

Surpreso? Você pode estar pensando: “Mas, porque se falou tão mal deste alimento por tanto tempo?” O poder que a indústria alimentícia tem de influenciar o consumo de alimentos fez o ovo ser “apedrejado” e levado a má fama de ser um alimento que aumenta o colesterol no sangue. Porém, essa hipótese já foi descartada. Há muitas décadas atrás, lá pelos anos 1960, pesquisas comprovaram erroneamente que o colesterol da alimentação elevava o colesterol no sangue. Na verdade, essas pesquisas foram manipuladas por cientistas, indústria alimentícia e farmacêutica na época, em função dos seus interesses. Na verdade, até o momento, não existe nenhum estudo científico que comprove que o ovo é o alimento que aumenta o colesterol! Toda a medicina e a população leiga foram levadas a acreditar nessa idéia, que até hoje nos assombra e é difícil de reverter essa mentalidade.